
ENCONTRADOURO ABRIU A PÁGINA | DOURO LITERÁRIO EM SABROSA
A “universalidade” da figura de Miguel Torga dominou o dia inaugural da primeira edição do ECONTRADOURO que começou na tarde de hoje nas instalações do Espaço Miguel Torga em S. Martinho de Anta (Sabrosa) e que se prolonga até Sábado.
Perante cerca de duas centenas de pessoas e vários órgãos de comunicação social, o Presidente da Câmara Municipal de Sabrosa, Dr. José Manuel Marques abriu a cerimónia oficial e salientou a importância da interação da cultura com a literatura e o seu reflexo que poderá ter no desenvolvimento dos territórios onde é possível esta simbiose.
O Presidente da Câmara de Sabrosa apelou ainda a parcerias entre vários agentes e de diferentes áreas para a consubstanciação de um projeto de desenvolvimento cultural, onde a literatura pode liderar uma ação âncora, em que todos possam tirar dividendos socioeconómicos nomeadamente ao nível do emprego, atratividade territorial com expressão final na cultura.
Aguardada com alguma expectativa, a conversa de José Carlos Vasconcelos com o escritor Eduardo Lourenço não defraudou os presentes. Depois do primeiro considerar “um momento singular estar na terra e na casa de Torga”, o segundo considerou “Miguel Torga como uma referência nacional e um poeta ainda vivo”. “Poucas terras em Portugal se orgulham de ter no seu seio duas figuras tao relevantes, como são Torga e Fernão Magalhães” acrescentou. Eduardo Lourenço, contou as suas vivências de Coimbra com o escritor duriense e lembrou que na altura os seus trabalhos despertaram “ciúmes e invejas em alguma classe literária” e considerou o legado literário de Miguel Torga, como “uma obra eterna e universal”. Eduardo Lourenço, elogiou ainda o Espaço, chegando a afirmar que nele “se sente Torga”.
A tarde foi concluída com uma abordagem ao tema, “A Literatura e a Memória Escrita “moderado por Carlos Veiga Ferreira, em que participaram, Afonso Cruz, Cristina Carvalho, José Manuel Fajardo. Uma sessão que elucidou e animou os presentes sobre o que se escreve e o exercício pensante.
Neste arranque do ENCONTRADOURO no Espaço Miguel Torga, ficou patente também, a exposição de pintura, “Planisférios Imaginários” de Pedro Campelo, arte onde se mistura a preto e branco, a realidade e a ficção.
Amanhã, novo dia para o ENCONTRADOURO que tem como palco o Museu do Douro na Régua, com a sessão a começar as 15H00 e com dois temas a abordar. “Todo o Livro e uma Peregrinação Interior” com a participação de Fernando Pinto do Amaral e J.P.Simões, Francisco Duarte Mangas e Mário Máximo e cujo moderador é, António Braga. O segundo tema, “Se há alguma função é desordenar” (Hélder Macedo) contará com as presenças de Julieta Monginho, Maria Manuela Vieira, Luís Carlos Patraquim e José Braga Amaral, numa moderação de Fernando Pinto do Amaral. Um concerto acústico de J.P Simões encerra o segundo dia do ENCONTRADOURO.